Introdução
Bolívia, um país mediterrâneo, é o mais alto e isolado das repúblicas latino americanas. Também é o pais que detém a maior concentração de povo indígena, este compondo 50% da população, que mantém suas tradições e crenças. A Bolívia é um dos países mais pobres da América do Sul, mas a sua cultura indígena e as misteriosas ruínas de antigas civilizações fazem dela um dos países excitantes para aventureiros e turistas independentes.
Alguns dados Principais
Nome Completo: República de Bolívia
Capital: La Paz (1.000.000 hab.) e Sucre (100.000 hab.)
Área: 1.098.580 km²
População:7.826.350 de habitantes
Povo: 30% de indígenas Quechua, aproximadamente 28% de mestiço, 25% de indígenas Aymarás e aproximadamente 10% de europeus (principalmente espanhóis)
Idioma: Espanhol, mas a maioria dos Indígenas falam Quechua ou Aymará; dialetos compostos de Aymará-Espanhol e Quechua-Espanhol também são falados.
Religião: 95% Católica
Governo: Democracia
Presidente: General Hugo Banzer
Geografia
A Bolívia esta apertada entre Peru, Paraguai, Argentina, Brasil e Chile, no centro da América do Sul. É o quinto maior país do continente, com o tamanho comparável a da França e Espanha combinados. Existem cinco regiões geográficas: o Altiplano, região muito povoada que se estende desde o limite norte do Lago Titicaca até o limite sul com a Argentina - os Vales Altos, que se encontram ao sul e oeste do Altiplano, fornecem um clima ideal e terras férteis - o Yunga, que forma a área de transição entre os picos gelados dos Andes e a selva Amazônica - o Chaco, uma área quente, seca, e impenetrável que faz fronteiras com Paraguai e Argentina - e a área de Pântanos na floresta Amazônica, terras totalmente virgens que ocupam uma área extensa do norte e leste do país. Devido a sua pouca densidade populacional, falta de desenvolvimento e geografia diversa, a Bolívia é um dos melhores lugares do continente para observar a vida selvagem da América do Sul. A fauna inclui: onças, llamas, pacas, tartarugas, jacarés e condores. Apesar da Bolívia ter um bom sistema de parques nacionais, a exploração predatória das grandes fortunas da região como madeira e recursos minerais, tem feito com que o governo boliviano deixe a sua postura ambientalista em segundo plano. Devido à diversidade geográfica encontrada na Bolívia, existe uma ampla variedade de padrões climáticos. Geralmente, as temperaturas são frias, com o período de chuvas se estendendo de Novembro a Março em quase todo o país. As cidades de La Paz e Potosí normalmente sofrem com as temperaturas muito frias e as vezes neve, enquanto a região do Altiplano sofre com as inundações. Durante a estação seca o clima é muito gostoso, apesar de que os céus abertos podem fazer com que a temperatura nas noites caia muito.
História
A civilização nos Andes bolivianos remete-se a 21.000 anos. Culturas como as dos Tiahuanacos, que viviam na região do Lago Titicaca e os Incas, que tinham um enorme império no Peru, Bolívia, Equador e Chile influenciaram o país de maneira significante. Francisco Pizarro liderou a conquista espanhola no país em 1531. Os conquistadores avançaram rapidamente, se aproveitaram da confiança e ingenuidade dos indígenas, para conquistar o território que ficou conhecido como Alto Peru num prazo de dois anos. Em 1544, depósitos de prata foram descobertos em Potosí. A riqueza gerada desta descoberta financiou a economia espanhola e a extravagancia dos monarcas por mais de 100 anos. No entanto, as péssimas condições dos mineiros (índios e africanos) fez com que a maioria morresse em poucos anos. O processo para adquirir a independência da administração espanhola finalmente veio das mãos do tenente Antônio José de Sucre, discípulo do Simón Bolívar, na batalha de Ayacucho em 1824. A Bolívia foi oficialmente declarada uma república no ano seguinte. O território Boliviano foi sempre motivo de desejo para seus vizinhos. O desejo chileno de obter mais terra levou à guerra do Pacífico, lutada contra a Bolívia desde 1879 até 1884. O Chile ganhou, obtendo 850 km² de costas e roubou o porto de Antofagasta dos bolivianos, deixando o país sem saída para o mar. Pouco depois, Peru, Brasil e Argentina começaram a perseguir as fronteiras bolivianas. Em 1932, uma disputa territorial com o Paraguai, por depósitos de óleo na região do Chaco, tirou mais terra boliviana. A Guerra do Chaco (1932-1935) também serviu para fomentar o caos civil no país, promovendo as associações reformistas e levando a uma série de golpes militares, onde os militares atuavam como líderes reformistas. Durante esta época surgiu o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR). Em 1951, o MNR, liderado pelo Víctor Paz Estenssoro, sagrou-se vitorioso nas eleições gerais mais foi sucumbido diante de um golpe militar no último minuto. O golpe provocou uma revolta popular armada que ficou conhecida como a Revolução de Abril de 1952. Os militares foram derrotadas e Víctor Paz Estenssoro voltou a ser governo. Em 1964, uma junta militar liderada pelo General René Barrientos tirou o poder do MNR. A seguir, regimes militares foram e vieram regularmente até a eleição do Movimiento de la Izquierda Revolucionária. (MIR) liderada pelo Dr. Hernán Siles Zuazo em 1982. Três anos depois o Zuazo foi derrotado pelo MNR de Paz Estenssoro. Hoje, Hugo Banzer Suarez do ADN é o presidente da Bolívia. Atualmente, Bolívia esta tentando consolidar as suas relações regionais e apoia o Mercosul. Contendo a inflação em torno de 10% ao ano, o crescimento é facilitado, contudo, a fama de país com inflação descontrolada ainda afasta investidores internacionais. O principal problema da Bolívia é a enorme diferença estrutural existente entre o mundo de negócios do século 20 e a vida da maioria dos bolivianos, que vivem na pobreza.
Perfil Econômico
PIB: U$ 23.1 bilhões
PIB per capita: U$ 3.000
Crescimento anual: 4,4%
Inflação: 7%
Industrias Principais: Agricultura, gás natural, mineração.
Maior Parceiro Econômico: USA
Cultura
As tradições musicais na Bolívia são regionais e os instrumentos são variados. Existem danças como a cueca, auqui-auqui e tinku que ocupam um lugar importante na cultura popular. Outras formas de expressões culturais são a costura e a pintura, as quais apresentam diferenças regionais, apesar de terem mudado pouco nos últimos 3.000 anos. O Espanhol é a língua oficial, apesar de que somente 60 a 70% da população fala está língua. O resto fala Quechua, a língua dos Incas, ou Aymará, a língua pré-inca do Altiplano. A comida boliviana esta dominada por pratos feitos com carne, acompanhados de arroz, batatas e saladas. As vezes, llajhua (um tempero picante feito de tomate e pimenta) é utilizado para agregar um sabor especial a algum prato. A cerveja, o vinho e a chicha( beba só se for corajoso) da Bolívia são todas boas bebidas mais seja esperto: se convidado a beber com os nativos, esteja preparado porque o álcool é forte e os hábitos do povo pouco moderados.
Eventos
As festas bolivianas são normalmente de origem política ou religiosa, normalmente venerando um santo, deuses indígenas, ou um evento político tal como uma batalha ou revolução. As festas normalmente incluem muita música local, danças, procissões, comida, álcool, rituais e comportamento descontraído. Existem grandes comemorações como a Festa de la Virgen de Candelária, na qual se celebram festas durante uma semana em honra à virgem, a qual pode ser apreciada da melhor maneira em Copacabana, nas margens do lago Titicaca (começo de Fevereiro). Phujllay é celebrada em Tarabuco para comemorar a Batalha de Lumbati (começo de Março) e o Dia da Independência é celebrado com festa nacional no dia 6 de agosto.
Dicas para o Viajante
Vistos: Cidadãos europeus podem ficar 90 dias sem o visto; cidadãos dos Estados Unidos, Canada, Austrália, França podem ficar 30 dias sem visto. A maior parte das outras nacionalidades precisam obter visto com antecedência, que normalmente tem validade de 1 mês.
Dinheiro e Custos
Moeda: Boliviano (B$)
Acomodação básica: US$ 6-15
Hotel Moderado: US$ 15-25
Hotel de Primeira Linha: US$ 25
Refeição Básica: US$ 2-5
Refeição Moderada: US$ 5-10
Restaurante de Primeira Linha: US$ 10
Bolívia não é um país caro. Viajantes moderados podem esperar um gasto de aproximadamente US$ 10 por dia; aqueles que ficam em hotéis mais comfortáveis e comem em restaurantes vão gastar em torno de US$ 25-35 por dia. Exagerando, gasta-se US$ 40 ou mais por dia. Como regra, os viajantes devem carregar dólares, aceitos em todo o território Boliviano. As moedas de países vizinhos podem ser trocadas nas fronteiras e casas de câmbio em La Paz. Também pode se trocar dinheiro em agências de turismo, joalherias e até farmácias. Quando for trocar dinheiro, peça notas de pouco valor, devido a existência de problemas na hora de obter troco.
Quando Ir
O inverno corre de Maio a Outubro e o verão de Novembro a Abril. O fator climático mais importante a lembrar são as chuvas no verão e o frio seco no inverno. Considere que o pico turístico acontece no inverno(final de Junho até setembro), devido não somente a fatores climáticos, mas também à temporada de férias na Europa e Estados Unidos, sem esquecer que é a época em que ocorrem as maiores festas bolivianas. Isto significa que tanto visitantes do outro lado dos mares e de América do Sul estão viajando nesta época.
Chegar até lá e sair da lá
São limitadas as companhias aéreas que oferecem vôos diretos para Bolívia e os preços são altos. Muitas pessoas vão até outros países sul-americanos, como Argentina, Brasil, Colômbia e Peru e atravessam por terra para Bolívia, o que normalmente resulta ser mais barato. Pontos de travessia incluem Villazón-La Quiaca e Yacuiba-Pocitos (Argentina); Quijarro-Corumbá e Guayarmerín- Guajarmirim (Brasil); Charaña-Viviri e Abaroa Ollague (Chile); Yunguyo-Puno e Desaguadero-Puno (Peru).
Locomovendo-se internamente
Vôos domésticos são fornecidos por LAB, TAM e AeroXpress. Esteja preparado para demoras, vôos cancelados e imprevistos em geral. A infra-estrutura rodoviária não é boa, principalmente devido à falta de estradas de asfalto. A maior parte dos ônibus partem no entardecer e viajam durante a noite. Se você deseja conhecer as cidades pequenas do interior, é melhor pegar um caminhão, transporte popular entre os nativos. Os caminhões custam a metade do preço, mas podem ser pouco confortáveis. Não se iluda com os trens chamados de expresso, porque todos são extremamente lentos.
Fonte: Lonely Planet