Etapa 11 - DESERTO DE ATACAMA

Países: CHILE

Datas: 25/01/00 a 31/01/00

 

25/01/00 Terça-feira - La Serena (473Km)

Chegamos aos 20.000Km rodados!!! Se passaram 45 dias desde a nossa saída em São Paulo... aproveitamos muito e conhecemos cada um desses kilômetros percorridos. Cada dia, cada lugar, todas as pessoas que conhecemos, mais um dia muito bem vivido.

Nossa Rainha também tinha que comemorar. Por isso levamos ela no melhor posto Shell de La Serena. Trocamos tudo o que era necessário, óleo e filtro do motor, borracha do capô, correia do alternador... tudo para deixar nossa Toyota zerinha.

Depois de deixar a Rainha nova partimos pela Ruta 5 em direçao a Copiapó a distantes 379km. de La Serena. No meio do caminho uma placa com os dizeres: Bem Vindos a Região do Atacama nos avisava que adentrávamos na região mais árida do mundo... Rapidamente a paisagem foi se modificando... O que víamos agora eram grandes planícies de puro nada.

No começo da noite chegamos a Copiapó, uma cidade com 69 mil habitantes e com infraestrutura para atender aos turistas de passagem para Antofagasta ou San Pedro de Atacama. Era cedo e resolvemos esticar um pouco mais, chegando até Caldera onde conhecemos Antonio, dono de um posto Copec na entrada da cidade. Ele nos deu as melhores dicas sobre os hóteis da cidade e nos apresentou ao maior Raid de Jeep do mundo - Raid do Atacamama 2000 - que já estava para começar e tinha largada em Bahia Inglesa, a apenas 6km de onde estávamos.

Em Caldera fomos apresentados a Mario, dono do hotel Costanera, onde dormimos. (Dado)

26/01/00 Quarta-Feira - Raid do Atacama (304Km)

Antonio nos cedeu sua conexão na Internet para atualizarmos nosso site e passamos a manhã no seu escritório.

Mesmo atrasados não poderíamos perder a chance de conhecer o maior raid do planeta, por isso partimos a tarde para Bahia Inglesa. Interesadíssimos, nos apresentamos aos organizadores do eventos que muito simpáticos nos deixaram a vontade para percorrer o local de largada do raid.

O Raid do Atacama dura 3 dias, sendo realizado uma vez por ano sempre no último final de semana do mês de Janeiro e conta com a surprendente participação de mais o menos 600 Jeeps. Mais que uma competição, o Raid é uma grande festa de confraternização de Jipeiros de todas as partes. As pessoas chegam de todas as regiões do Chile, do Perú e da Argentina procurando viver as emoções de andar pelas dunas.

Os participantes pagam U$ 50 por Jeep com direito a estadia no Camping de Bahia Inglesa, entradas para as festas do Raid, auxilio mecânico e, logicamente, direito a abusar das trilhas e dunas. As etapas começam e terminam em Bahia Inglesa. Cada dia se faz um traçado diferente pela região desértica de Copiapó e dentro dessas etapas existem provas especias que contam pontos para a classificação do Raid.

Nossa Toyota se sentiu em casa ao lado de tantos Jeeps como ela. Nós eramos os Jipeiros que vinham de mais longe e por isso despertamos a atenção de muitos. Todos queriam saber sobre nossa expedição, o que fizemos, o que conhecemos, como a Rainha se comportou... descobrimos novos amigos.

Estes Jipeiros chilenos são realmente alucinados por acessórios... chegando ao limite como um motor de 500 cv. e velocidade máxima acima de 180 km/h. Todos com compressores incorporados, pneus imensos e milhões de faróis de milha.

Como bons jipeiros quiseram saber todas as informações sobre nosso Jeep, já que aqui no Chile as Toyotas Bandeirantes (chamadas Land Cruiser) vem do Japão, com motor diferente de nosso Mercedes. "Que belo motor Mercedes!!!" foi o comentário que mais ouvimos.

Despertamos a atenção do pessoal da revista 4x4 Turismo & Aventura, a maior do setor no Chile, que estava cubrindo o evento. Um deles, o Gerardo Fontaine, que já esteve varias vezes no Brasil, inclusive participando do Rally dos Sertões, foi o responsável por mais um desvio na rota de nossa viagem. Seguindo seu conselho voltamos a Copiapó e pegamos o caminho da fronteira internacional (Chile - Argentina), que nos levaria a Laguna Verde, a 4800 metros de altura.

Como já era tarde, ele nos advertiu a fazer o caminho em duas etapas. Primeiro ir até o paso fronterizo San Francisco (296 km desde Bahia Inglesa, La Caldera) e depois subir até a laguna, localizada a 97 km. do paso fronterizo. No caminho até o paso (passando pelo Salar de Maricungá) deve-se ficar atento as sinalizações existentes. A estrada e de terra, mais e possível manter uma velocidade razoável devido ao bom estado de conservação.

Chegamos na aduana que inicialmente parecia estar vazia, mas depois de alguns minutos apareceu um gentil carabinero que deixou que ficássemos ali mesmo para passar a noite. Tivemos sorte, pois fugimos do frio intenso devido a altitude deste local. (Dado)

27/01/00 Quinta-feira - Laguna Verde (863Km)

Após uma bela noite de sono abrigados na fronteira, fomos acordados por um carabinero que chegava para trabalhar. Juntamos nossas coisas e saímos para Laguna Verde. Para visitar o local, não é necessário fazer papéis de saída do Chile pois a laguna se encontra em território chileno, mas é necessário informar sobre a sua visita aos carabineros do Paso San Francisco.

O caminho para chegar até a Laguna é muito curioso e bonito. A quase 4000 metros de altura pode-se avistar o topo de altas montanhas cobertas por gelo eterno. Observamos um rio de agua cristalina, contemplamos o volcão Ojos del Salado e apreciamos o Nevado Tres Cruzes. Observar tudo isto torna-se muito interessante e diferente quando você esta no deserto. A altitude da região proporciona um clima totalmente diferente ao que imaginamos quando pensamos em deserto. Imaginem, Gimenez, Fabiano e eu de casaco e jaqueta observando o topo coberto de neve do volcão Ojos del Salado no meio do deserto... um pouco estranho.

Depois de rodar 97 km desde a aduana, chegamos à famosa Laguna Verde, localizada a 4200m de altitude. Exuberante, majestosa e de uma cor inesquecível esta laguna imponente no meio do deserto. As aguas dão vida a um lugar carente de cores ou qualquer tipo de vida. Ela é um verdadeio oásis no meio do nada. Ao lado da laguna, alguns loucos acampando, imaginamos o frio que eles devem ter passado.

Depois de conhecermos a lagoa voltamos para o Paso San Francisco e seguimos rumo a Antofagasta. Depois de muito rodar, chegamos a essa capital da III Região do Chile. É uma cidade com mais de 200 mil habitantes. Como estava muito tarde e não tivemos sorte nos primeiros hoteizinhos onde batemos as portas, decidimos ir direto para o camping Las Garumas, onde dormimos em uma cabana mística na beira da praia. (Dado)

28/01/00 Sexta-feira - Para o coração do deserto (362Km)

Decidimos parar em Antofagasta antes de seguir para San Pedro de Atacama. Esta cidade é a capital de exportação de minerais recolhidos na região do Atacama, em especial o cobre. A cidade alavancou seu crescimento com a exportação deste minério, processado nas gigantes minas de região.

Acordamos e demos nossos primeiros passos sobre a areia fofa da praia, nada como acordar com a brisa do mar entrando pelas janelas abertas de nossa cabaninha no camping. Ainda um pouco dormidos, acordamos de vez com a ducha gelada que sempre resolve os problemas de concentração matutina.

Saímos do camping depois de pagar U$ 20 pela casinha de madeira com três camas em frente a praia. Fomos para o centro da cidade para procurar conexão a Internet e atualizar o nosso site. Se passaram alguns dias desde a ultima atualização e Antofagasta era uma cidade com recursos suficientes para que possamos arrumar uma conexão decente. Em pouco tempo arrumamos uma conexão e deixamos o Fabiano na Telefónica enquanto o Dado e eu fomos ao supermercado para renovar o nosso estoque de comidas e desta maneira ganhar algo de tempo. Várias pessoas nos comentaram que os preços em San Pedro são bem altos, então decidimos fazer uma compra legal em Antofagasta e depois partir para San Pedro.

Fizemos as compras e voltamos para a Telefónica para ver como estava o Fabiano. Novidade, a conexão era boa, Fabiano não estava batendo no teclado e a atualização estava pronta, em tempo recorde.

Enuanto eu e o Fabiano respondíamos os últimos e-mails, Dado conversava com o cuidador de carros, ou qualquer outra pessoa que passasse na frente da Rainha e perguntasse alguma coisa. Não é novidade, já que estamos acostumados a ver o Dado conversando com pessoas totalmente estranhas que em pouco tempo se tornam amigas. Conversando com alguns e outros, nosso amigo jornalista chamou a atenção da senhora Maria Eugenia Vargas, jornalista que trabalha no Jornal El Mercurio.

Juntamos as nossas coisas e fomos desde a Telefónica até a sede do jornal, para conversar e fazer uma entrevista com a senhora Maria Eugenia, uma verdadeira professora quando ao falar sobre localidades turísticas e capitais da América do Sul. Para acabar a entrevista, fotos com a Rainha e o staff de edição do Jornal El Mercurio de Antofagasta.

Sinceros agradecimentos a Maria Eugenia e todo o pessoal do jornal... foi demais!!!

Saímos de Antofagasta com direção a Calama, para logo chegar em San Pedro de Atacama. De Antofagasta a Calama são 200 km de bom asfalto, apreciando a típica paisagem desértica em todo o trecho. Paramos em Calama para reabastecer e aceleramos rumo a nosso destino final.

A cidade de San Pedro fica a 100 km. de Calama e a estrada está completamente asfaltada,em perfeito estado de conservação. Poucos kilómetros antes de chegar a San Pedro, sentimos que comenzamos a subir e não paramos até chegar aos 2400m. Chegamos a San Pedro as 21:30hs e depois de algumas voltas pela cidade, decidimos ficar no Residencial Corvatsch. Antes de dormir, conversamos e decidimos que no dia siguinte às 4 da manhã, partiríamos para visitar um grande espectáculo da natureza, os Geysers de el Tátio. (Gimenez)

29/01/00 Sábado - Pukara de Quitor e Valle de la Luna (77Km)

Piscando os olhos às 10 da manhã percebí que a nossa tentativa de ir para os geysers não foi muito bem sucedida. Percebí que o Fabiano e o Dado ainda dormiam, então resolvi dar alguns gritos para agilizar a nossa saída para apreciar uma das muitas atrações que a região oferece.

Fomos a Oficina de Turismo (Sernatur) e logo nos dirigimos para as ruinas de Pukara de Quitor, a 3 km. do centro da cidade. Descobrimos em pouco tempo e depois de muitas voltas e perguntas, que o caminho para a grande maioria das atrações está mal sinalizado, dificultando o acesso para os que não conhecem a região. Imaginamos que não se tomam esforços para melhora a sinalização para de alguma maneira proteger o trabalho das tantas operadoras de turismo que fazem excursões na região. Para piorar as coisas, os dias anteriores a nossa chegada choveu na região, fato inédito em San Pedro de Atacama. Os entendidos atribuem isto ao inverno Boliviano, que estava descendo das montanhas. Na nossa tentativa de chegar as ruínas, atravessamos alguns rios desbordados e continuamos até que o caminho acabou. Perguntamos e perguntamos novamente, demos outras voltas e finalmente chegamos as ruínas de Pukara de Quitor.

Estas ruínas simbolizam a batalha entre os Atacameños e os espanhóis e tem o formato de um pequeno forte. Nas ruínas é possível se caminhar entre as construções para chegar até a cima, local desde o qual se tem uma bonita visão do vale e a cidade de San Pedro.

Das ruínas fomos diretamente para o Valle de la Luna, localizado a 4km do centro da cidade. O Valle de la Luna é incrível, um local onde a superficie rochosa se asemelha de maneira singular à superficie lunar. Pedras, cavernas, dunas e formações geológicas fazem deste local um destino obligatorio para qualquer pessoa que visite a cidade. No vale, andamos sobre as dunas e desde o alto podiamos observar o resto do vale coberto por uma substancia blanca muito semelhante a neve. Tivemos sorte de ver este verdadeiro show da natureza, já que a recente chuva produziu uma reação química no Valle de la Luna, esbranquiçando todo sal da superfície. Se passaram tantos anos sem chover que algum show tinha que ser produzido pela natureza!!!

Desde o alto de uma duna apreciamos um magnífico pôr-do-sol, rodeados de outros grupos de turistas que tinham chegado até o local. Voltamos para a cidade e nossa tremenda fome nos levou até o Restaurante Casa de Piedra, um dos melhores da cidade com preços bem razoáveis. Como falam os chilenos, "comemos harto" (muito) e voltamos para o Residencial e dormimos. Antes, como no dia anterior, fizemos os planos para ir aos Geysers. (Gimenez)

30/01/00 Domingo - Geysers de El Tátio e Salar de Atacama (485Km)

Acordar as 3h não foi fácil!!! A questão é que o melhor horário para se observar os Geysers de El Tátio é as 6h da manhã e teríamos que dirigir 95km para chegar até lá.

Falamos com o motorista que iria levar a galera do hotel para lá (por US$16 cada um) que não conhecíamos o caminho e ele disse que não havia problema nenhum em seguí-lo. Justamente sobre isso que eu queria falar... se você está de carro aqui no Atacama é possível conhecer tudo sem precisar gastar dinheiro algum com as empresas de turismo... é muito mais cômodo ir no seu próprio carro porque você pode parar onde quiser para tirar fotos, não fica com compromissos de horário e, se for em um jeep, pode "enfiar a cara" em qualquer estradinha que ver pela frente. Úm GPS se faz muito necessário pois há uma total falta de placas (estratégia dos guias locais) e frequentemente você fica na dúvida de que caminho pegar.

Logo que entramos na estrada para El Tátio descobrimos que não estávamos sozinhos.... toda cidade estava indo para o mesmo lugar!!! O caminho estava bem ruim (ou bom?) pois as fortes chuvas vindas da Bolívia (algo raro!) o destruiram um pouco. Fomos nos divertindo assistindo os valentes motoristas de vans das agências deslizando para todos os lados na lama e no barro, atravessando rios e serras. Por vezes atolavam ou patinavam com suas embreagens e lá estávamos nós para socorrê-los.

Chegamos no campo dos Geysers por volta das 6:30 e os jatos de vapor e água estavam a tôda! É realmente fascinante a fúria com que os jatos são espelidos do solo!!! Este campo é o maior do mundo e fica a mais de 4.000m de altitude, rodeado por montanhas e vulcões cobertos de neve. A temperatura estava abaixo de 0 e chegamos a ver a vegetação com uma camada de gelo logo que chegamos.

Alguns Flamingos habitam a região e ficam por ali no meio dos turistas como que se esquentando com os gases quentes de enxofre.

Eu e o Gima preparamos um café da manhã com leite e ovos cozidos preparados em um pequeno vulcãozinho de água fervente. Não demorou muito e já estávamos mais uma vez sendo a sensação do lugar... tentamos vender ovos para alguns "gringos" mas tivemos que deixar nosso ponto de venda rapidamente devido a um outro "buraco" começar a estourar do nosso lado... saímos na hora certa pois observamos que em seguida tudo alí estava coberto de vapor...

Na volta deste passeio, novamente na cola dos motoristas alucinados das vans, passamos por mais Geysers... estes eram maiores e davam direito a piscina de água quente natural. Algumas pessoas se banhavam com o tal barro milenar mas preferimos não aderir. O grande problema foi sair da água de mais de 40o. para encarar o frio e o vento até o carro. Podemos dizer que passamos por um processo de pasteurização e que estamos livre de germes!!!

Voltamos para San Pedro, pegamos o Dado e fomos para o Salar do Atacama, uma gigantesca área com a superfície coberta com uma espessa camada de sal. Circulamos toda área indo até o extremo sul, em um vilarejo chamado Peine, que tinha umas piscinas naturais bem legais. Pelo caminho ainda é possível se visitar uma reserva ecológica que fica bem no meio do salar, onde uma lagoa abriga flamingos que migram todos os anos. A paisagem é alucinante e é possível se avistar dalí a "avenida de vulcões" que há do lado da Bolívia. (Fabiano Coura)

31/01/00 Segunda-feira - Chegamos a Iquique, I Região do Chile (535Km)

Antes de partir para Iquique, decidimos percorrer as ruas da cidade, andando. Fomos para a feira de artesanatos, onde observamos os belos trabalhos feitos pelos moradores locais. Na feira pode-se encontrar qualquer tipo de bujiganga e outras coisas melhores também, como bolsas, camisetas, mochilas e pedras.

Vale a pena conhecer a Igreja e o museu local onde é possível obter todo tipo de informações histórica e cultural da região. Em pouco tempo, aprendimos muito sobre as costumes do povo Atacameño e outras coisas importantes sobre a região. Quando visitar San Pedro, não deixe de ir no museu e a bela igreja da cidade.

Partimos de San Pedro de Atacama depois de conhecer lugares inesquecíveis como el Valle de la Luna, os Geysers de el Tátio e as ruínas de Pukara de Quitor, sem esquecer das pessoas maravillosas que nos ajudaram nos poucos dias que estivemos na cidade. Não podemos deixar de mandar um grande abraço a nosso amigo Pato, do Residencial Corvatsch. Muito obrigado por toda a sua ajuda e gentileza!!!

Depois de almoçar, partimos rumo a Calama, já que é necessário voltar até Calama para logo dirigir-se rumo a Iquique. 15km ao norte de Calama, na cidade de Chuquicamata, deve-se pegar o desvio a cidade de Tocopilla, balneário localizado ao sul de Iquique. Existem duas opções para ir a Iquique desde Calama: a primeira é chegar até Tocopilla para depois subir pela Ruta 1, bordeando o oceano Pacífico e a segunda é subir pela Ruta 5, pelo centro do país. Nos dois casos deve-se pegar o desvio de Chuquicamata para Tocopilla. A Ruta 1 esta aberta das 8 da manhã até as 10 da noite, por causa do horario de funcionamento da aduana de control localizada na divisa da segunda e primeira região de Iquique, que é zona franca. No controle aduaneiro, devem-se declarar os produtos eletrônicos (exeto as câmeras fotográficas) para não ter problemas na hora de sair.

Como já era muito tarde e a outra aduana estava fechada, seguimos pela Ruta 5 e chegamos a Iquique já de madrugada. Seguimos a recomendação de Marcelo, da expedição Fordventure, e nos dirigimos ao Residencial localizado na Rua Latorre 727, onde fomos recebidos gentilmente pela Maria Inés. (Gimenez)

 

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