Etapa 12 - REGIÃO 1 CHILE / IQUIQUE

Países: CHILE

Datas: 01/02/00 a 03/02/00

 

01/02/00 Terça-feira - Zona Franca de Iquique

Iquique é uma cidade do litoral chileno onde se encontra uma Zona Franca. Esta cidade tem cerca de 140.000 habitantes e além da zona franca tem também uma área portuária, como dois grandes capitadores de recursos para a cidade. Por não pagar impostos sobre produtos importados industrializados e ter belas praias, Iquique atrai pessoas de todo Chile, o que torna a cidade também turística.

Rodrigo, filho da dona do estabelecimento onde dormimos, nos deu as dicas sobre os melhores lugares a se conhecer na cidade. Resolvemos começar pelo centro de compras da zona franca localizado nos arredores da rua Tarapacá.

Encontramos um grande shopping com produtos de todas as partes. Um mundo completamente diferente do que estavamos acostumados em São Pedro de Atacama. Nos sentimos em São Paulo dentro do shopping Ibirapuera. Os preços eram convidativos e aproveitamos para repor nosso estoque de disquetes, filmes para filmadora e máquina fotográfica e fazer algumas compras. O centro de compras conta com duas partes distintas. A primeira é a ala nova que tem designer arrojado e lojas de grife onde se pode comprar as marcas mais conhecidas. Já a segunda conhecida como ala velha abriga lojas de menores portes mas com preços mais em conta, além de lojas de artesanato local.

Voltamos já de noite para o residencial onde estávamos e fomos convidados pelo amigo Rodrigo a sair para conhecer um barzinho local, de nome Kamikase. O lugar era demais e logo percebemos o porquê do nome... havia um enorme avião encravado no teto ta casa, com a metade da frente do lado de dentro! Passamos algumas horas conversando e apreciando Pisco, um saboroso destilado chileno feito de uvas. (Dado)

02/02/00 Quarta-Feira - Praias de Iquique

Saímos cedo para conhecer algumas praias de Iquique com nosso guia e amigo Rodrigo. A região conta com um grande número de praias que nesta época do ano ficam lotadas de turistas. As mais conhecidas são Cavancha, na avenida Balmaceda, Amunátegui, na avenida Iquique e a praia Brava, conhecida pelos surfistas. Todas são muito boas para o banho e contam com atrações de entretenimento promovidas pela prefeitura de Iquique.

A praia de Cavancha, onde resolvemos ficar, conta com diversos quiosques onde se pode apreciar ótimos mariscos... o preço é meio salgado mas vale a pena experimentar. Não se pode esquecer que no Chile é proibido o consumo de bebidas alcoólicas em todos os locais públicos, exceto os que conseguem autorização para tal. Nas praias alguns quiosques destinam uma ala especial para quem quer ficar mais a vontade para tomar as cervejas.

Rodrigo e mais dois amigos, Francisco e Maurício, encontraram um pessoal de Santiago que fazia piruetas e acrobacias na praia (uma coisa meio comum aqui). Com eles passamos um bom tempo e pudemos assistir a um verdadeiro espetáculo circense, com os alucinados competindo entre si para ver quem fazia as melhores cambalhotas.

Um fato curioso que observamos na praia é que muitas pessoas andam vestidas de calça jeans e sapato pela areia, mesmo com o calor de quase 40 graus. O que será que passa com esses chilenos.

Depois de aproveitar um pouco da praia, voltamos para o centro da cidade e saímos em busca de uma conexão na internet... como sempre, enfrentamos nosso grande problema... quase nunca encontramos um lugar para fazer a conexão com nosso laptop e sempre perdemos várias horas passando dados por disquete e instalando os programas que utilizamos para atualizar esse maravilhoso site. (Dado)

03/02/00 Quinta-feira - Vamos para Arica (336Km)

Hoje, segundo o que havíamos programado, iríamos deixar o Chile e seguir para o Perú. O cronograma era Iquique-Arequipa (Perú), porém como havia falado anteriormente não foi possível encontrar uma conexão descente e tivemos que gastar mais algum tempo antes de sair.

Saímos as duas horas da tarde, quando finalizamos a transmissão de dados para o nosso site. Despedimos de Rodrigo, nosso "compadre" chileno, e saímos em direção a fronteira do Chile com o Perú localizada na cidade de Arica.

Nesses vinte dias que estivemos percorrendo o Chile, desde o sul em Punta Arenas até o norte em Iquique, aprendemos a respeitar um país de pessoas honestas, trabalhadoras que não estão corrompidas com a busca frenética de mais dinheiro, mal do capitalismo. O respeito o companheirismo nos foi mostrado de uma maneira nobre sem interesse ou inveja. Estivemos passando por cidades de menos de dez mil habitantes, verdadeiros povoados, onde encontramos pessoas como Raúl Patrício (Pato) de São Pedro do Atacama, que vive com dinheiro contado, trabalhando doze horas por dia, todos os dias da semana... Não quero dizer que o Chile é um país de coitados e esforçados, apenas estou querendo mostrar uma mentalidade diferente da que temos no Brasil, onde o ser humano é respeitado e viver bem tem valor.

Muitos valores que sabíamos de lembrança nos foram mostrados aqui no Chile. Aquele jeitinho brasileiro onde tudo se pode burlar em beneficio próprio não vale no Chile. Um exemplo disso são os Carabineros del Chile, a polícia daqui, que participa da comunidade, auxilia os estrangeiros, se importa em manter bem sua população tratabalhando de maneira ativa e eficiente.

É certo que o Brasil conta com uma população muito mais numerosa, tem um território bem mais extenso, contrastes sociais mais alarmantes e uma instabilidade econômica muito maior do que a existente aqui no Chile, fatores que contribuem para a descentralização de união e dos conceitos. O que eu pude ver aqui foi bem mais um sentimento de nação e humanidade do que um álibe para explicar os porques das diferenças.

De volta do devaneio, a verdade é que o atraso que tivemos em Iquique devido a internet, nos custou o ingresso no Peru. Chegamos já de noite em Arica, distante 349Km de Iquique, e resolvemos ficar em território chileno mas um dia por segurança. (Dado)

 

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