Etapa
07 - SUL DO CHILE
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Países: CHILE |
Datas:
10/01/00 a 12/01/00
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10/01/00 Segunda-feira - Chegada em Torres del Paine (634Km)
Pela manhã ainda estávamos na Tierra del Fuego. Cruzamos o Estreito de Magalhães e rodamos durante todo o dia para chegar em Puerto Natales, cidade base para se conhecer o Parque Nacional Torres del Paine. Como de costume, passamos pelo centro de informação turísticas para pegar os mapas, roteiros e dicas necessárias e ficamos sabendo que dentro do parque há refúgios QUENTES onde se pode dormir a preços convenientes. Acampar alí certamente não seria uma boa experiência depois do frio polar que experimentamos em Ushuaia. Fizemos as reservas na cidade já para garantir e fomos para o parque. Passamos antes pela Cueva de Milodón, uma espécie de caverna formada há milhares de anos pela ação do vento e do mar que alí existia. Milodón era um herbívoro de 4m de altura que habitava este lugar. Está extinto desde as épocas pre-históricas mas há muita informação sobre ele no interessante museu na entrada da cueva, dedicado também a outros animais pré-históricos. Ficamos decepcionados mesmo foi com a tal cueva. Achávamos que se tratava de uma caverna do estilo da Caverna do Diabo, para se caminhar e ver muitas coisas interessantes, mas nos deparamos com um buraco horrível e mal conservado onde o mais legal era uma estátua em tamanho real do bicho. Saímos tão injuriados pela facada que tínhamos pagos que até pegamos o caminho errado para o parque. Enfim, chegamos no refúgio e armamos uma bagunça para prepararmos nossa comida antes de dormimos. (Fabiano Coura)
11/01/00 Terça-feira - O Trekking mais especial do Mundo
Nos levantamos dispostos a fazer algo diferente. Estudamos o mapa do Parque e decidimos que neste primeiro dia iríamos fazer uma caminhada para conhecer melhor as paisagens. Escolhemos fazer um trekking de 4 horas que nos daria um visual deslumbrante da atração principal, as Torres del Paine, três enormes picos cujo mais alto alcança 3437m formando uma visão única do que a natureza esculpiu há alguns milhões de anos. Tomamos um bom desayuno, caregamos nossas mochilas com água e comida e saímos para realizar a caminhada.
Seriam aproximadamente uma hora e meia de escalada até o primeiro acampamento, chamado Chileno. Apartir deste acampamento a trilha ainda ficaria mais íngreme e atravessaria uma vegetação mais densa. A primeira hora foi mortal, íamos devagar, parando constantemente para facilitar a subida. O vento forte e constante algumas vezes dificultava e fazia com que a trilha ficasse realmente perigosa.
Para aqueles que pensam que este esporte (trekking) é para pesoas jovens e fortes queremos dizer que durante esta escalada encontramos com pessoas de todas as idades, a maioria europeus. Com o tempo você aprende que o segredo esta em manter a respiração controlada e o ritmo adequado para seu físico.
Pelo caminho encontramos dois brasileiros, da cidade de Cuiabá: Reynaldo o Daniel. Havíamos dividido o mesmo quarto na noite anterior mas ainda não os conhecíamos direito. Estes amigos já haviam realizado várias viagens deste tipo para lugares da Europa e América do Sul. Não ficarão muito felizes quando avisamos que ainda faltava muito para chegar as torres. Seguimos a caminhada conversando com Reynaldo e Daniel, sempre abrindo caminho para que os escaladores mais experientes fossem na frente. A uma hora do acampamento chileno já se encontra o camping de las Torres, lugar que serve como ponto de encontro para os escaladores. O caminho fica ainda mais bonito apartir deste ponto. Passamos por bosques espessos, sempre contornando um belíssimo vale em cujo meio há um belo rio formado pelas inúmeras cachoeiras de degelo das montanhas. Os últimos 45 minutos de escalada foram muito duros, porém estávamos tão pertos que já sentíamos que a chagada compensaria todos os esforços. Subimos as últimas pedras e, ao apreciar as torres e o lago escondido que se encontra em seus pés ficamos simplesmente "bobos" e durante mais de 30 minutos não falamos nada... cada um na sua, comtemplando e tentando entender a magia daquele lugar. Estávamos a uns 100 metros das famosas Torres del Paine aproveitando o tempo para tirar fotos e filmar este belíssimo lugar. Após mais de duas horas começamos a infeliz descida. A descida não foi difícil, porém deve-se ter muito mais cuidado devido as pedras soltas na acentuada descida
Chegamos ao ponto de partida depois de oito horas, realmente cansados e após um banho e mais macarrão aproveitamos para organizar as fotos e escrever algumas coisas. É impressionante como estamos ficando bons em dormir... desta vez foi em menos de 3 segundos. (Gimenez)
12/01/00 Quarta-feira - Terceiro dia em Torres del Paine (337Km)
A caminhada do dia anterior nos deu umas horas a mais de sono, tínhamos afinal que recuperar as energias. A base de muito custo levantamos e arrumamos nossa bagagem para seguirmos conhecendo o P Torres Del Paine.
Nossa primeira parada foi em uma bela cachoeira chamada Salto Grande, distante 18 Km da entrada do parque. Aproveitamos para fazer um pequeno trekking de uma hora e meia, onde pudemos apreciar o Lago Nordenskjöld e a vista magnífica das Torres vista do lado sul.
Encerramos nossa visita em grande estilo conhecendo o Lago Grey. Este é formado a partir da água proveniente do degelo do glacial de mesmo nome. Vários pedaços da geleira se despreendem e vão em direção a costa do lago, o que forma uma visão linda para os visitantes. Tem-se a sensação de estar na Antartida.
Enquanto eu e o Fabiano estavamos admirando os blocos e comendo um pouco de gelo (!?!) que deles vinham, o Parágua tirou seu casaco, enrolou um enorme pedaço de gelo nele e saiu correndo gritando como um louco que iria fazer um geladíssimo tererê... inédito!!! Com gelo de iceberg!!
Vale realmente muito a pena conhecer Torres del Paine. O contato com as maravilhosas paisagens é constante. Sempre se olha para algo bonito, interessante e intrigante e você vai ficar, como nós, se perguntando durante horas sobre a beleza desse lugar tentando entender alguma coisa.
Como em Usuhaia, Torres também tem muitos estrangeiros, o que enriquece o lugar pois se pode ter acesso a diversas culturas em um ambiente de descontração e amizade.
No final da tarde seguimos em direção a El Calafate, uma pequena cidade onde dormimos no camping municipal da cidade para na manhã seguinte seguir para Los Glaciares. (Dado)
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